James Bogart e a coleção Behind the Box: 1994-2020 da Supreme

James Bogart e a coleção Behind the Box: 1994-2020 da Supreme

Em 2018, a coleção de Ryan Fuller, com 248 shapes da Supreme – incluindo todas as versões produzidas até o ano citado - foi vendida por U$ 800 mil (aprox. R$ 3.9 milhões) em um leilão aberto na Sotheby's para o canadense Carson Guo

 

Dois anos após a venda de toda Supreme Meets Sotheby's: The Complete Collection of Skateboard Decks, um outro leilão chamou a atenção da América. Foi quando James Bogart, um colecionador de camisetas da Supreme, colocou à venda uma coleção de box logo tee, avaliada em U$ 2 milhões (R$ 9.9 mi).

Quem poderia imaginar que uma camiseta, de uma "pequena loja de skate", se tornaria uma das peças de vestuário mais cobiçadas do planeta?

Anos e anos depois que skatistas, lá em Lafayette Street, adquiriram as primeiras camisetas - que levavam o nome Supreme, os artigos da loja se tornaram as peças mais cobiçadas do streetwear mundial, sendo uma bogo da Supreme - que se esgota em milissegundos quando lançada, um símbolo de status que rivaliza, por exemplo, com uma bolsa Louis Vuitton Keepall

Mas voltando ao caso de Bogart, sua história vai além disso, começa e "chega ao fim" quando outra casa de leilões, a Christie's, colocou à venda a primeira e única (até hoje) coleção completa de box logo da Supreme já lançada no varejo.

Chamada Behind the Box: 1994-2020,  a coleção fez parte do primeiro leilão da casa dedicado à Supreme e reuniu 253 camisetas produzidas entre o início da marca, em 1994, até o ano de 2020.

(Behind the Box 1994-2000 - Foto: James Bogart / Christie's)

A venda histórica ocorreu em 2020, em um momento interessante para a Supreme, que acabara, na época, de ser adquirida pela VF Corp. em um acordo que avaliou a marca de skate em aproximadamente U$ 2,1 bilhões (R$ 10.4 bi)

Bogart começou a colecionar os itens da Supreme quando tinha 15 anos, em 2014, por meio de troca e venda. “Esse sempre foi o objetivo e a direção: acumular o máximo que for possível”, disse ele. 

A coleção de U$ 2 milhões incluía todos os icônicos lançamentos que você possa imaginar. Ali se encontrava box logo tee "Coca-Cola" de 1997 e "Sopranos" de 1999, todas as cores de bogos piratas Louis Vuitton de 2000, a bogo “Three-Six Mafia”, peças "mitológicas" como uma colaboração com Wtaps de 1999, box logo “Damien Hirst”, “Tokion”, “Grid” e uma amostra 1:1 de uma box logo tie-dye

 (Box logo tee "Coca-Cola" de 1997 - Foto: James Bogart / Christie's)

(Box logo tee "Sopranos" de 1999 - Foto: James Bogart / Christie's)

(Box logo tee “Three-Six Mafia” - Foto: James Bogart / Christie's)

 (Box logo tee "Tokion"  - Foto: James Bogart / Christie's)

 

 (Box logo tee "Grid"  - Foto: James Bogart / Christie's)

 

Bogart pode ser considerado um dos, se não o, colecionador que mais conheceu bogo no universo. O interessante é que ele constata que existem mais box logo falsas do que reais. 

"Para montar esta coleção, tive três filtros com a ajuda de pessoas que conhecia do assunto e com quem conferi todas as camisetas. Então, se a primeira pessoa não aprovava, não passava nem pela segunda. Já se a segunda não aprovava, não ia para a terceira", disse ele sobre a seleção minuciosa das camisetas.

Ele também acredita que o mercado das bogos mudou de 2014 pra cá, uma vez que comprou a versão da WTAPS por U$ 200 (R$ 982,64) e agora ela vale U$ 34.000 (R$ 167.048,80). Existe uma tendência geral no aumento do valor dessas camisetas desde o início da marca. "Se você pensar bem, elas ficaram consistentemente mais caras e com o passar do tempo todos querem as mais raras", salienta Bogart. 

Não há detalhes de quem comprou e o que foi feito com a maior coleção de camisetas da Supreme e, segundo Bogart, algumas peças já retornaram ao seu radar.

Após a venda de Behind the Box: 1994-2020, Bogart continuou uma nova coleção de tees e também focou em reunir os moletons da marca. "Não sei o que o futuro reserva", finaliza.