Beyoncé faz poderoso discurso sobre sexismo na indústria da música e racismo

Beyoncé faz poderoso discurso sobre sexismo na indústria da música e racismo

Uma classe de formandos nunca esteve tão em foco quanto a de 2020. Um dos principais motivos é a pandemia do novo coronavírus, que alterou e adiou muitas graduações ao redor do mundo. Em vez de celebrações com a família e festas pós-formatura, os jovens ganharam vídeos online de celebridades e pessoas influentes lhes dando parabéns pela resiliência que criaram em meio à pandemia.

A iniciativa Dear Class of 2020, liderada pelo ex-presidente americano Barack Obama e a ex-primeira-dama Michelle Obama, reuniu artistas e personalidades como Lady Gaga e o grupo BTS.


Mas o discurso mais emblemático, com cerca de 10 minutos, foi de Beyoncé, que falou sobre sexismo, racismo e pela luta por igualdade no mundo, sem deixar de expor os assassinatos de George FloydAhmaud ArberyBreonna Taylor.

As manifestações contra o racismo e os recentes assassinatos de negros americanos foram endereçados logo no começo da fala. "Parabéns à turma de 2020. Vocês chegaram aqui no meio de uma crise global, de uma pandemia racial e da manifestação mundial de repulsa contra mais uma morte sem sentido de um negro desarmado. E, mesmo assim, vocês conseguiram. Estamos muito orgulhosos de vocês!"

O discurso foi forte e cheio de referências, dando conselhos para a carreira e o futuro — não só de quem se forma neste ano.

"Parabéns à classe de 2020, vocês chegaram aqui em meio à uma crise global, à uma pandemia racial e a uma expressão mundial de descontentamento ao assassinato sem sentido de outro negro desarmado. E, ainda assim, você conseguiu, estamos muito orgulhosos", disse a cantora, que, entre outros assuntos, abordou também o sexismo e o racismo presentes na indústria da música.

"Como mulher, eu não via a presença feminina com muitas oportunidades para entender o que eu precisava fazer — para dirigir minha gravadora, minha companhia, para dirigir meus filmes e produzir minhas turnês, o que significava ser dona da minha arte, do meu futuro, e escrever a minha própria história. Poucas mulheres negras tinham um lugar à mesa, então eu tive que cortar a lenha e fazer a minha própria mesa. E então eu chamei as melhores para se sentarem comigo. Isso significa contratar mulheres, homens, pessoas que estavam esperando para serem vistas", pontuou.

Em um momento de sua fala, Beyoncé se voltou às jovens mulheres. "Para vocês, nossas futuras líderes, saibam que vocês farão o mundo girar. Vocês são tudo que o mundo precisa. Façam movimentos poderosos. Sejam excelentes. E para os jovens reis, aprendam a vulnerabilidade e redefinam a masculinidade. Liderem com o coração", disse ela.

"Eu acredito que vocês e todos os seres humanos nascem com um presente maravilhoso. Não deixem o mundo fazer com que você ache que precisa ser uma certa forma para ser brilhante. E você não precisa falar de um jeito para ser brilhante. Mas você precisa espalhar seu dom pelo planeta de uma forma que seja autenticamente sua", afirmou.

Beyoncé tem praticado o que ela diz. Desde falando com suas legiões de fãs sobre a pandemia do novo coronavírus pelas redes sociais até lançando luz sobre os assassinatos de jovens negros norte-americanos pela violência policial.

Recentemente, a cantora doou cerca de US $ 6 milhões para comunidades não-brancas impactadas pela crise sanitária global. Após a morte de George Floyd, ela também fez um chamado para que as pessoas assinem petições em seu site, que já acumulam milhões de assinaturas.